Às vezes tenho a impressão que quanto mais digo que faço menos faço. Desde que comecei a escrever em blogs este deve ser o mais longo intervalo que alguma vez fiz. E mesmo hoje, apesar de ter sentido uma forte vontade - mais que uma vontade, uma ânsia, em inglês dir-se-ia 'urge' - de escrever, deixei passar mais de duas horas antes de aqui vir. Tenho de admitir que estou gravemente agarrada à merda do facebook. Merda do fabebook porquê? Porque me tolhe a vontade. Porque me corta a criatividade. Porque me bloqueia, horas infindas, em frente ao ecrã, sem nada fazer, sem escrever, sem trabalhar, apenas a jogar conversa fora, a seguir link atrás de link, a postar link atrás de link. Não, definitivamente, não gosto. Não gosto e não quero. Quero voltar a ter uma vida, mesmo que vazia. Quero desligar o computador. Quero pegar numa caneta, reaprender a usá-la. Quero estar com as pessoas, olhos nos olhos. Conversar. Rir. Chorar. Sair. Já nem digo fazer amor. Ou digo. Quero fazer amor. Escrevo-o, para que fique claro. Para que fique escrito, claro. Para que fique registado, preto no branco, escuro no claro.
Hoje o dia começou escuro e agora está claro. Mas cá dentro não aclarou. Sinto uma opressão no peito. Não sei do que é. Ou sei mas não quero admitir. Não quero escrever que me sinto só. Que me sinto só. Que me sinto só. Que estou farta de me sentir só. Que não quero estar só. Não quero escrever que me dói a solidão. Que me dói.
Hoje o dia começou escuro e agora está claro. Mas cá dentro não aclarou. Sinto uma opressão no peito. Não sei do que é. Ou sei mas não quero admitir. Não quero escrever que me sinto só. Que me sinto só. Que me sinto só. Que estou farta de me sentir só. Que não quero estar só. Não quero escrever que me dói a solidão. Que me dói.