Quando era miúda, usavam-se os diários. Também eu tive um diário, aliás mais do que um, mas tive um diário que era mais do que os outros. Foi-me oferecido por uma amiga, uma grande amiga, daquelas amigas que temos para a vida, mesmo que o tempo e a distância digam não. Foi no dia em que fiz 10 anos. Na altura ainda não éramos grandes amigas mas isso agora não interessa nada. Um diário serve para registarmos o dia-a-dia e também para organizarmos as ideias e não as deixarmos fugir e espalhar-se como areia da praia entre os dedos em dia de verão com brisa de noroeste, de modos que vamos lá ver mais uma vez se sou capaz de prosseguir nesta missão. Assumir de vez que sem continuidade não há resultados. Nessa altura então não éramos grandes amigas e talvez fale dessa amizade um dia, aliás já falei noutro sítio e já lá vou buscar o link mas agora tenho de prosseguir porque não quero perder o fio à meada e isto da escrita tem muito que se lhe diga, ó se tem.
Quando era miúda usavam-se os diários e esta amiga ofereceu-me um no dia do meu 10º aniversário e era um diário como as miúdas queriam, daqueles com cadeado e chave e capa de napa a fingir pele. Era castanho com bolinhas de várias cores se bem me lembro a fugir para o brilhante, mas isso agora também não interessa. O que interessa é que era um diário e foi o meu diário durante muitos anos. Está bem que era um diário no qual não escrevia todos os dias, porque na verdade sempre fui assim, inconstante, e afinal de contas quem é que eu ando aqui a tentar enganar? Mas era o meu diário e nele registei coisas de que me lembro e outras nem tanto. Era capaz de reproduzir aqui de cor frases inteiras desse diário, coisas que escrevi com 10, 11, 14, 16 anos. Outras não.
Porque um dia fiquei sem o meu diário. E quem me levou o meu diário talvez não saiba nem nunca venha a saber que ao levar-me o meu diário me levou também um pedaço da minha vida. Um pedaço que talvez nunca venha a colmatar. Ele foi-se, o diário, e com ele foi-se para sempre uma parte de mim.
(Adenda: o tal link. Porque desta vez quero ver se faço tudo como deve ser...)
Quando era miúda usavam-se os diários e esta amiga ofereceu-me um no dia do meu 10º aniversário e era um diário como as miúdas queriam, daqueles com cadeado e chave e capa de napa a fingir pele. Era castanho com bolinhas de várias cores se bem me lembro a fugir para o brilhante, mas isso agora também não interessa. O que interessa é que era um diário e foi o meu diário durante muitos anos. Está bem que era um diário no qual não escrevia todos os dias, porque na verdade sempre fui assim, inconstante, e afinal de contas quem é que eu ando aqui a tentar enganar? Mas era o meu diário e nele registei coisas de que me lembro e outras nem tanto. Era capaz de reproduzir aqui de cor frases inteiras desse diário, coisas que escrevi com 10, 11, 14, 16 anos. Outras não.
Porque um dia fiquei sem o meu diário. E quem me levou o meu diário talvez não saiba nem nunca venha a saber que ao levar-me o meu diário me levou também um pedaço da minha vida. Um pedaço que talvez nunca venha a colmatar. Ele foi-se, o diário, e com ele foi-se para sempre uma parte de mim.
(Adenda: o tal link. Porque desta vez quero ver se faço tudo como deve ser...)
Yesssssssssssssssssssssssssssssssss. Um diário. Mais. Tb tive um desses. E outro de corações vermelhos que cheirava bem. Espero que este seja quase um diário.
ResponderEliminarNao foi nada linda... parece mesmo isso, que nos falta um pedaco - qdo se perde um diario, um amigo, um amor, etc. Mas a verdade e' que a gente fica e sobrevive, muta e floresce de novo. Diferente, mas sempre de pedra e cal, por muita chuva que caia e vendaval que nos abane. Somos mais fortes que isso linda, que diarios, amigos, amores, vendavais e feridas.
ResponderEliminar